O Movimento "Salvar o Edifício da Câmara de Felgueiras" deu, hoje, pelas 19 horas, a sua primeira conferência de imprensa, frente aos Paços do Concelho, a fim de manifestar o seu desacordo em relação às obras de ampliação no edifício camarário, que já tem 50 anos de existência e é um dos mais belos exemplares arquitectónicos do concelho - um verdadeiro ex-líbris, que, com esta obra, ficará arquitectonicamente descaracterizado bem como a paisagem urbanística envolvente.
Francisco Cunha, médico, primeiro subscritor do movimento, foi o primeiro elemento a tomar a palavra: "estão a fabricar mais um monstro, a somar aos muitos que, infelizmente, já se fizeram nesta terra". E prosseguiu: "Somos um movimento não partidário, cívico, que congrega pessoas de todos os quadrantes ideológicos e independentes, homens da Cultura, professores, empresários, etc.. Não estamos contra ninguém a título pessoal, mas discordamos desta obra, que, se não for impedida, vai assassinar o que de artístico e historicamente arquitectónico tem este bonito palácio. Se isto se passasse no Porto ou em Lisboa, cairia o Carmo e a Trindade. Aliás, o caso nem se quer se colocava". Francisco Cunha apela: "Vamos todos salvar o edifício e a sua história!" E finalizou: "estamos a recolher pareceres técnicos no sentido de interpor uma providência cautelar. Paralelamente, estamos a promover uma grande campanha de assinaturas, pois a maioria dos felgueirenses não concordam com a obra".
Santos Pinho, professor de História, reiterou as palavras de Cunha, ao dizer: "Este movimento não está contra as pessoas, apenas contra a ideia de se cometer aqui um atentado contra a cultura e a arte arquitectónica de Felgueiras. Somos todos pessoas com preocupações sobre a terra onde, diarimente, damos o nosso contributo para o seu desenvolvimento e progresso, logo a nossa intervenção cívica, não partidária, deste movimento".
Rui Brochado, empregado de escritório, é da mesma opinião e refere: "Adiri a este grupo de pessoas preocupadas com a sua terra porque ainda tenho esperança de que esta obra não irá ser concretizada. A sê-lo, seria uma desgraça, um crime de lesa-concelho".
Júlio Antunes, metalúrgico, considera: "Temos que fazer tudo para que a Justiça impeça este atentado contra o património público, que é de todos e merece que o defendamos com determinação e sentido cívico".
2 comentários:
Como se toda a tragédia que sobre Felgueiras se tem abatido nos últimos anos não bastasse, eis que por decisão daqueles foram democraticamente eleitos para servir o nosso concelho tomando as melhores decisões na missão que lhes foi confiada com respeito pelo população e pelos seus bens públicos, por razões que a razão desconhece, surge uma nova decisão trágica: A maioria do executivo decide aniquilar o símbolo da cidade, o seu mais belo edifício, verdadeira e rara obra de arte: o edifício dos Paços do Concelho.
Senhora Presidente da Câmara, senhores vereadores, não foi para isto que vos elegemos e confiamos em vós. Por amos de Deus, por amor á nossa terra, parem!...
O edifício dos Paços do Concelho de Felgueiras, sendo obra de arte única, não caiu do céu. É obra de um daqueles portugueses que pelas suas obras valiosas “da lei da morte se libertou”.
Com respeito temos que dizer ao senhor arquitecto Alcino Soutinho, que nunca atingirá o brilho de Januário Godinho, e que também por isso não devia sequer pensar em “mexer” na obra de um seu tão ilustre professor. Haja respeito pela memória de tão notável português!
Haja respeito pelos felgueirenses. Ao senhor arquitecto Alcino e a todos quantos com muita frequência se referem a Felgueiras e aos felgueirenses de forma nada respeitosa dizemos e garantimos, que os felgueirenses não são acéfalos, são pessoas como as de qualquer outro lugar, dotadas de inteligência e de bons sentimentos, que sofrem quando vêem o nome da sua terra ser vilipendiado….
Os felgueirenses onde vencer as dificuldades, havemos de sair do pântano onde nos encontramos. Haja esperança!
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